Durante gerações, comunidades aborígenes do norte da Austrália relataram que algumas aves de rapina iniciavam incêndios de forma deliberada para facilitar a caça.

Embora isso fosse tradicionalmente considerado apenas parte do folclore local, pesquisadores confirmaram que o fenômeno é real.

Um estudo publicado no Journal of Ethnobiology (Bonta et al., 2017) documentou observações sistemáticas de três espécies de aves australianas que exibem esse comportamento:

– Milhafre-pret0 (Milvus migrans)

– Milhafre-assobiador (Haliastur sphenurus)

– Falcão-pardo (Falco berigora)

.

Segundo o estudo, essas aves carregam gravetos em chamas com o bico ou as garras e os deixam cair em áreas secas para propagar o fogo intencionalmente.

O objetivo é estratégico: os focos secundários de incêndio fazem com que presas — como répteis, pequenos mamíferos e insetos — saiam de seus esconderijos, facilitando a captura pelas aves.

“Nós documentamos mais de uma dúzia de relatos de observadores que viram essas aves carregando galhos queimando para frente de focos de incêndio ativos, iniciando incêndios secundários com o objetivo de caçar.”

— (Bonta et al., 2017, Journal of Ethnobiology)

A confirmação científica foi possível graças à combinação de observações de campo, depoimentos de bombeiros florestais e o conhecimento tradicional transmitido por gerações dos povos indígenas australianos, que já descreviam essas aves como “falcões do fogo” (firehawks).


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